segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A semente do mal....

Costuma-se usar o termo “lame duck” para definir um mandato de presidente que está indo mal. Literalmente, o pato manco é aquele que começa bem, ganha no início e pelo caminho vai perdendo o ritmo até não agüentar mais. Na TV o termo pode ser chamado de “fenômeno”.
Entre os grandes fenômenos da TV americana nos últimos anos estão Lost, Desperate Housewives e Heroes. São séries que em sua estréia arrancavam aplausos da multidão enfurecida de telespectadores, tornam-se cult, têm legião de fãs ao redor do mundo e elevam seus protagonistas ao estrelato do mundo televisivo. Contudo, elas tem outro ponto em comum: Toda essa popularidade estrondeante dura pouco.

Foi assim com Desperate Housewives. No início a conturbada Wisteria Lane estava em todos os jornais e programas de TV. A jornada das desesperadas era acompanhada por 25 milhões de americanos semanalmente. Todos queriam saber o por quê da morte de Mary Alice. E souberam. Com o fim da 1ª temporada Desperate Housewives decaiu. Suas personagens tornaram-se menos interessantes e hoje a série pena para pernamencer no TOP 10.



Foi assim com Lost também. A ilha dos mistérios elevou a palavra “fenômeno” a um novo nível. Os sobreviventes do avião da Oceanic Airlines eram os personagens mais cool do momento. Nos EUA a 1ª temporada elevou a audiência da rede americana ABC ao primeiro lugar entre as grandes emissoras. Esse sucesso todo chegou ao Brasil e até a Rede Globo entrou na onda do mar de audiência disponível em Lost. Com um enredo que prendia o telespectador, Lost era a nova série de maior audiência na última década e assim foi durante toda sua primeira temporada. Logo a história de Desperate pegaria Lost. O enredo, que antes nos causava tensão e curiosidade, passou a cansar e desinteressar a audiência. O problema estava na história longa e que parecia nunca acabar (e ainda não acabou!). A audiência caiu tanto que os produtores encurtaram a 3ª temporada e prometeram revelar mais detalhes sobre a ilha. Lost passou de fenômeno a sinônimo... de paciência!



Em Heroes tudo caminha na mesma direção. Grande sensação de 2006, a série tem em Lost seu maior espelho. Trama complexa, atraente, interessante. Só o tempo dirá se Heroes entrará no Hall dos antigos fenômenos esquecidos, e tudo leva a crer que sim. A 2ª temporada, que estreou em setembro, não está tão bem quanto no início, chegando a não entrar no TOP 10 em algumas ocasiões.


O que explica essa maldição que ronda as séries de sucesso instantâneo é a complexidade e a continuidade desses shows. Ao mesmo tempo que uma trama complexa chama atenção, fica enjoativa com o tempo, além disso, o engate dos episódios tornam impossível que o telespectador perca um episódio, caso contrário, ficará desatualizado e perderá o interesse no programa. Pode-se dizer então que a fórmula de um fenômeno da TV é plantar a semente do fracasso, onde os frutos iniciais geram retorno colossais, mas os seguintes tendem a apodrecer. E que venha o próximo!

GREVE DOS ROTEIRISTAS PIORA SITUAÇÃO DOS ANTIGOS "FANÔMENOS"





A situação de séries como Lost e Heroes já encontram-se críticas devido a baixa audiência, e a Associação dos Roteiristas de Hollywood consegue piora-las. Com a paralisação, novos episódios ficam comprometidos e as emissoras são obrigadas a exibir reprises.
Os roteiristas reinvidicam participação no lucro novas mídias exibidoras de conteúdo como DVD’s e Internet. Eles alegam estarem sendo explorados, pois esse mercado já tem grande representatividade junto a audiência de séries e tal shows. Sem acordo, já há séries em reprises e o Globo de Ouro foi cancelado, devido ao apoio dos atores a causa dos roteiristas.

Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade , todas essas séries estão fracas agora , o que é uma pena =/